Chegar ao Teatro Municipal de Pomerode ontem, dia 12 de
novembro, foi uma experiência e tanto. Estava para acontecer uma nova audiência
pública sobre a concessão do SAMAE. Lembrando que, desde 2010, o município responde a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) do Ministério Público, sobre o saneamento básico. Desde então, a prefeitura está buscando a solução.
O fato em si não é novo, pelo contrário, a
população anda preocupada com o futuro da autarquia, sua saúde financeira, a
água da cidade e com o esgoto.
Me surpreendeu a presença maciça de pomerodenses de nascimento
e de coração. Não estavam ali somente as pessoas interessadas diretamente com a
questão, estavam também pessoas do povo, simplesmente interessados em que a
cidade não entregue seu mais rico patrimônio, a água. Ao menos foi esse o entendimento da maioria. Me
surpreendeu também, mas negativamente, a postura do executivo pela total falta
de comunicação com seus eleitores. Todos querem o melhor para a cidade, em tese, mas os pomerodenses querem e têm direito de
entender como se fará essa concessão. Faltaram informações e principalmente
faltou entendimento por parte da equipe do prefeito (além dele mesmo), de como
conduzir uma audiência pública – acostumados que estão com a ausência da
população nas anteriores. Não é fácil praticar a democracia como deve ser, com
a participação popular. Em diversas ocasiões assisti a condução de audiências
públicas e reuniões com a pauta pronta, digerida e forçada. Mas não foi o que
aconteceu ontem e nem na audiência anterior, novamente o pomerodense rejeitou o
regimento interno, dando o recado verbal ao prefeito que essa concessão está longe
de ser aceita.
A maioria dos presentes estava lá pelo bem comum. Preocupada com os valores da concessão, com a forma
que o prefeito escolheu para resolver o problema.
Os próximos acontecimentos dependerão do prefeito, a escolha
será dele. A ele resta acatar a posição dos pomerodenses e encontrar outra
forma de viabilizar o projeto de saneamento ou cometer o erro de não aceitar o
anseio popular e sofrer as consequências.
A presença da Promotora de Justiça, Márcia Bittencourt, foi um momento de lucidez. Ela deixou bem clara a situação, o prefeito precisa tomar uma atitude quanto ao saneamento básico. |
A forma que ele escolheu é que não agrada aos munícipes.
Considero esse um momento histórico onde o povo toma as rédeas. O prefeito pode
ser um agente positivo desse processo ou não. Ainda dá pra reverter, a
democracia é um exercício diário e constante.
Parabéns a quem esteve lá e participou desse importante ato.
- Presidiu a Audiência o secretário de planejamento Maurício Eduardo Gorioitía Vega.
A apresentação do estudo seria realizada pelo engenheiro civil José Olympio Muricy da empresa MPB Saneamento Ltda. Ele é um dos autores do estudo.
Texto e fotos: Heike Weege.
Um comentário:
Um grande erro é o prefeito poder decidir sozinho algo tão importante. Parece até que estamos vivendo uma ditadura.
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